segunda-feira, 29 de novembro de 2010



O horizonte proporciona o mais lindo dos despertadores, o sol imponente esbanja sua energia e motiva. É hora de ir em busca da pseudo dignidade que o capitalismo compra a preço de banana, todo mês, dia após dia. Samurai ocidental que não abaixa a guarda em meio ao caos do apocalipse social. Seu rosto que evidencia sono, expressa uma dúzia de sentimentos diferentes ao mesmo tempo, sem confusão alguma, segue sua rotina e obedece a seus "superiores" de forma submissa e com ênfase na hierarquia. O trabalho árduo só recebe recompensas reais e materiais ao fim de um longo tempo, que já é pré determinado e demora a passar. As necessidades básicas dos que mais ama, o incentivam a nunca recolher sua espada em forma de vassoura, nem ao menos envergonhar-se do quão braçal é o seu ganha pão. Em sua cabeça, o fato de não ser o único refém desta situação, o conforta e lhe tira toda a fome de mudanças ou melhoras. Detenção sem muros, que não aleatoriamente, o prende e tortura apenas com o intuito de cravar em sua memória e, na de cada um que o pegue como exemplo: O poder não lhe escolheu, e tu não fizestes o bastante para te-lo. Blasfêmia. Tem fé na vitória, e nunca desiste do que almeja. O anoitecer anuncia que é hora de voltar para seu lar e começar a preparação pro amanhã. Sem ilusão, observa as próprias mãos e deixa uma lágrima de desespero silencioso cair. Ao deitar no velho colchão sente o peso da idade. Fecha os olhos rezando por bons sonhos que encham novamente seu reservatório de otimismo. O horizonte proporciona o mais lindo dos despertadores ...

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