domingo, 27 de fevereiro de 2011


Flutuo sob o asfalto, de punhos cerrados. Inalo odor de cérebros inutilizados. Devaneio banalizado e documentado. Samurais empunham a vassoura para expurgar das ruas a falta de consciência. A ganância veste-se á carater, terno e gravata para impor seriedade. Nas calçadas, os habitantes do sub-mundo retorcem-se em crise de abstinência. O olhar da indígena expõe a falta da mata e suas ervas medicinais, enquanto a mão estende-se por remédios de preços surreais. Os velhos são abandonados e perambulam pelo centro da cidade. Barba grande, barba branca. Conversa maluca, gargalhada franca. Ouço palavras da bíblia sendo jogadas aos 4 cantos. A igreja me oferta o paraíso, mas só intercedem com as mãos na senha do banco. Agua que cai do céu e em alguns minutos faz transbordar o limite da paciência. O coletivo nunca muda de rumo. O sol se põe. O que julgam imoral é de livre acesso noite a dentro. Corpos são alugados por determinado espaço de tempo. O papelão aquece, na falta de um "Boa Noite" acompanhado de um abraço repleto de sentimento. A cachaça é o elixir da juventude para quem nem percebe a vida passar. Dormitórios que me remetem a campos de extermínio, depósitos de gente sem futuro. O livre arbítrio preso á um cachimbo. Epidemias provocadas para que pobres fiquem no eterno limbo. Em busca de dias melhores dentro dessa insanidade ...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


Noites recheadas de mentira. Sorrisos amarelados pra forjar alegria. Mesmo em grupo, sinto-me sozinho. Os novos sonhos não voam tão longe como os de antes. Os pensamentos do passado, me enfraquecem, em ritmo incessante. Preso a uma nuvem que já causou tempestades e paisagens exuberantes; imóvel aguardando pelo teu abraço aconchegante. Os raios não surtiam efeito negativo e, perto do meu sentimento, eram inofensivos. Caminhando de volta á minha fortaleza, para poder tirar a mascara e expressar toda minha tristeza, esparramado na rede. Os faróis dos automóveis, na falta da luz interior, me tornam um tipo de lua. As vielas e ruas são escuras e me deixam a mercê de uma estrela-guia. Meu coração pretende, mas só pretende.  A decepção bate a porta para gritar no meu ouvido que Ela N-Ã-O me entende, e a cada palavra dita isso fica mais evidente. Falsas impressões. Promessas feitas reduzidas á pó, teoricamente, limpo por uma simples faxina. Engano esférico. Passageira é a convicção do Ser auto-suficiente. Professora que precisa voltar á faculdade, respirar novos ares, permitir-se. Evoluir em conjunto, harmonicamente. Garota que demonstra através de gestos, o que não é capaz de dizer, mas que eu sempre fui capaz de compreender. Há um abismo que se criou entre nós. Desde os dias de dificuldade bati no peito e me entreguei de corpo e alma para preencher o abismo, com meu Amor. Inacreditável, mas não preservo o menor vestígio de rancor. Vou dormir. Quando eu acordar — se eu acordar —, será um belo dia para se comemorar. Das profundezas, sai um sincero e puro: Eu te amo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

#LéoRecomenda: Cartola - Preciso me encontrar.

O buraco é mais embaixo, tem por intuito — desde a sua criação —, dar vazão a meus sentimentos e visibilidade ás minhas criticas. No blog, fica evidente cada fase que enfrento, e convenhamos que já evolui bastante nos textos. Sendo assim, este espaço é reflexo de como sou fora da vida virtual. De fato, amo a música e a cultura (não só) brasileira. Gostaria de compartilhar tudo que gostei e ainda gosto, com você que me lê. Então resolvi fazer postagens diferentes, a onde lhe indico: músicas, textos, vídeos; que me agregam conteúdo ou me trazem sensações interessantes. Sem mais delongas ... 

Cartola é SENSACIONAL. Essa música dele, em especial, me diz muita coisa. Espero que gostem. 


Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Superar um Amor.



Amor, Amor de verdade (redundância básica), não some, Ele tem a capacidade de ser uma metamorfose ambulante, e só. Amor não abre exceções: não há possibilidade de negociação entre o sentimento e a tecla DELETE. Ele pode ficar acolá, no fundo do baú, todo empoeirado e desvalorizado, mas, Ele está presente na sua história — você querendo, ou não. Á espera de uma faisca, pra arder em fogo novamente, e consumir: tempo, pensamentos, dinheiro e energias. Faça-me o favor de não confundir o relacionamento em si, com o Amor. O relacionamento é basicamente a coisa chata da qual só o Amor consegue tornar suportável, ou melhor, desejável. Colossal, sentimento que anula toda a porra da burocracia e empecilhos técnicos que vão te aporrinhar mediante a convivência de parceiros no cotidiano. O por que da escolha de joga-lo na gaveta, não é linear, varia entre: O Amor por outro Ser, ofuscar seu Amor próprio; Ciumes; Desentendimentos fúteis; Eticeterá e tal. Resumidamente: Amor não se arranca do peito, podemos apenas supera-lo. Temos de seguir em frente com nossas vidas, transformar nossos sonhos em realidade, mesmo que  nosso coração ainda se encontre na mão de quem não soube como usa-lo. E isso não acontece no dia seguinte do fim do namoro, obviamente. Compreenda, não é nenhuma espécie de tratamento. Há fatores que contribuem para essa superação ocorrer com maior facilidade ou em um menor espaço de tempo. Entre esses fatores destaco o principal: A forma como se deu o término do relacionamento, e se houve um dialogo sincero (anti-magoas). Não vejo outra saída para chegar a superação. Se você quer mentir em frente ao espelho ... ok, o problema é, unicamente, seu. Amigos amenizam, mas não conseguem anular o fato de que, em certos momentos, você caminha sufocado e fingindo estar tudo bem. Ignorar não ajuda, guxo. Procure e ache um modo de superar o Amor, que se encaixe na sua situação. Divida-o comigo, trocaremos figurinhas sobre. Passar bem!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cores reais.


Rubro-negra repetitiva e padronizada.
Minha convicção alvinegra, geneticamente, traçada.
Cores que impõe presença.
Cores que nos expõe a essência.
Vermelho intenso e caliente.
Pretinho básico, charmoso e atraente.
Branco vazio e sem valor.
Dias cinzentos que inspiram o horror.
Imensidão azul de energias positivas.
Garotas Pink, inevitavelmente enjoativas.
Pele amarelada, proveniente da saudade.
Cores fortes que dão tom á personalidade.
Turva, é a cor da nossa realidade.
Marrom, luta e sofrimento.
Esqueci a cor do esquecimento.
Dourado, com o intuito de consolidar o Amor.
Laranja chamativo para irritar seu progenitor. 
Cor de sujeira nas mãos do trabalhador.
O verde sobrevive e só morrerá ao lado da esperança.
A ultima que morre.
A lágrima sem cor, no rosto escorre.
Sem cor! sem cor!
O povo clama por transparência.
Sair à rua e gritar suas exigências.
Pintar a cara com nossas cores, as cores da nação.
Verde-louro, as cores da identificação.
Uma cor pra cada olho, pessoas inesquecíveis.
Fechar os olhos pela ultima vez e ver cores irreversíveis.
Lilás, leve e meigo.
Dias ensolarados que realçam meus anseios.
Queria eu que os sons tivessem cores.
Eu te jogaria um balde com o som das palavras mágicas.
Eu te amo!
Não, não adiantaria pintar somente a casca.
Um bom profissional da cor, começa por dentro.
As paredes da vida fielmente suportam a ação do tempo.
Constantemente precisam da manutenção.
Borre novamente!
Não, não pinte com a razão.
A cada pincelada, sinta sua vida sendo reformada.
A cada gota uniformizada, sinta a superação sendo executada.



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011



Blackout na fábrica. Funcionários parados. Procedimento padrão: pegar prancheta, destacar uma folha sulfite limpa. Rabisco: estrela solitária, o número 13, etc. Computador sem nobreak? Redução de gastos. Colegas de trabalho mal-encarados, olham torto pra mim. Certamente e paranoicamente, questionam: O que um garoto, com pinta de nerd, faz em meio a tanta gente de ignorância assumida e simplicidade destemida? Eu não temo por retribuir. Devolvo com o dobro da força: um sorriso - sarcástico ou não, sorrir nunca é em vão. É questão de tempo até meu lado homogeneo, misturar-se. É a missão do dia: infiltrar-me. Meu ar superior não me torna arrogante com quem desejo defender e liderar. Surpresa! Fiquei sabendo, aprontaram-me um pré-julgamento — a nível de STF —, em frente a garrafa de café. 1ª colher de açúcar: Tenho a leve impressão de que ele é um baita preguiçoso; 2ª colher: Posso sentir, ele é louco, provavelmente comunista; Entre os goles de café — já adoçado —, rumores ganhavam corpo. Talvez seja o motivo pelo qual minha orelha, irritantemente, coçava. Sem outra opção, sigo o clichê: vida de estagiário, sofrida e ingrata. Deixar-se, como cavalo, ser domado? Obrigado, não faz meu estilo. Sei muito bem discernir a linha tênue que separa minha disciplina e hierarquia, da sua falta de bom-senso para dar-me ordens. Sente esta busanfa gorda na cadeira, dentro da sua sala, e aprecie o ar-condicionado, sem moderação. Meus tempos de ônibus lotado, irão acabar, porém, não conte com meu esquecimento por estes dias de blackout. Passar bem!