domingo, 27 de fevereiro de 2011


Flutuo sob o asfalto, de punhos cerrados. Inalo odor de cérebros inutilizados. Devaneio banalizado e documentado. Samurais empunham a vassoura para expurgar das ruas a falta de consciência. A ganância veste-se á carater, terno e gravata para impor seriedade. Nas calçadas, os habitantes do sub-mundo retorcem-se em crise de abstinência. O olhar da indígena expõe a falta da mata e suas ervas medicinais, enquanto a mão estende-se por remédios de preços surreais. Os velhos são abandonados e perambulam pelo centro da cidade. Barba grande, barba branca. Conversa maluca, gargalhada franca. Ouço palavras da bíblia sendo jogadas aos 4 cantos. A igreja me oferta o paraíso, mas só intercedem com as mãos na senha do banco. Agua que cai do céu e em alguns minutos faz transbordar o limite da paciência. O coletivo nunca muda de rumo. O sol se põe. O que julgam imoral é de livre acesso noite a dentro. Corpos são alugados por determinado espaço de tempo. O papelão aquece, na falta de um "Boa Noite" acompanhado de um abraço repleto de sentimento. A cachaça é o elixir da juventude para quem nem percebe a vida passar. Dormitórios que me remetem a campos de extermínio, depósitos de gente sem futuro. O livre arbítrio preso á um cachimbo. Epidemias provocadas para que pobres fiquem no eterno limbo. Em busca de dias melhores dentro dessa insanidade ...

2 comentários:

  1. -
    Esse Léo tem um futuro estrondoso pela frente. Parabéns mocinho,cê ecreve muito bem!

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  2. Eu admiro muitas coisas em você! Nem preciso dizer... Uma delas é a forma como você escreve!
    Me fascina!

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