sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011



Blackout na fábrica. Funcionários parados. Procedimento padrão: pegar prancheta, destacar uma folha sulfite limpa. Rabisco: estrela solitária, o número 13, etc. Computador sem nobreak? Redução de gastos. Colegas de trabalho mal-encarados, olham torto pra mim. Certamente e paranoicamente, questionam: O que um garoto, com pinta de nerd, faz em meio a tanta gente de ignorância assumida e simplicidade destemida? Eu não temo por retribuir. Devolvo com o dobro da força: um sorriso - sarcástico ou não, sorrir nunca é em vão. É questão de tempo até meu lado homogeneo, misturar-se. É a missão do dia: infiltrar-me. Meu ar superior não me torna arrogante com quem desejo defender e liderar. Surpresa! Fiquei sabendo, aprontaram-me um pré-julgamento — a nível de STF —, em frente a garrafa de café. 1ª colher de açúcar: Tenho a leve impressão de que ele é um baita preguiçoso; 2ª colher: Posso sentir, ele é louco, provavelmente comunista; Entre os goles de café — já adoçado —, rumores ganhavam corpo. Talvez seja o motivo pelo qual minha orelha, irritantemente, coçava. Sem outra opção, sigo o clichê: vida de estagiário, sofrida e ingrata. Deixar-se, como cavalo, ser domado? Obrigado, não faz meu estilo. Sei muito bem discernir a linha tênue que separa minha disciplina e hierarquia, da sua falta de bom-senso para dar-me ordens. Sente esta busanfa gorda na cadeira, dentro da sua sala, e aprecie o ar-condicionado, sem moderação. Meus tempos de ônibus lotado, irão acabar, porém, não conte com meu esquecimento por estes dias de blackout. Passar bem!

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