Blackout na fábrica. Funcionários parados. Procedimento padrão: pegar prancheta, destacar uma folha sulfite limpa. Rabisco: estrela solitária, o número 13, etc. Computador sem nobreak? Redução de gastos. Colegas de trabalho mal-encarados, olham torto pra mim. Certamente e paranoicamente, questionam: O que um garoto, com pinta de nerd, faz em meio a tanta gente de ignorância assumida e simplicidade destemida? Eu não temo por retribuir. Devolvo com o dobro da força: um sorriso - sarcástico ou não, sorrir nunca é em vão. É questão de tempo até meu lado homogeneo, misturar-se. É a missão do dia: infiltrar-me. Meu ar superior não me torna arrogante com quem desejo defender e liderar. Surpresa! Fiquei sabendo, aprontaram-me um pré-julgamento — a nível de STF —, em frente a garrafa de café. 1ª colher de açúcar: Tenho a leve impressão de que ele é um baita preguiçoso; 2ª colher: Posso sentir, ele é louco, provavelmente comunista; Entre os goles de café — já adoçado —, rumores ganhavam corpo. Talvez seja o motivo pelo qual minha orelha, irritantemente, coçava. Sem outra opção, sigo o clichê: vida de estagiário, sofrida e ingrata. Deixar-se, como cavalo, ser domado? Obrigado, não faz meu estilo. Sei muito bem discernir a linha tênue que separa minha disciplina e hierarquia, da sua falta de bom-senso para dar-me ordens. Sente esta busanfa gorda na cadeira, dentro da sua sala, e aprecie o ar-condicionado, sem moderação. Meus tempos de ônibus lotado, irão acabar, porém, não conte com meu esquecimento por estes dias de blackout. Passar bem!
Muito bom Léo, grande texto mesmo.
ResponderExcluirOlha quem fala u_u'
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